Realizada por: Balsense
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Formulada el martes, 10 de enero de 2006
Número de respuestas: 4
Categoría: Toponimia

Etimologias duvidosas de possível origem celta no Sul de Portugal


Peço uma opinião sobre etimologias duvidosas que existem no Sul de Portugal.

Tratam-se de topónimos pré-romanos de hipotética etimologia celta, todos (com a excepção de Séqua) da zona plíniana do Sacro, que se considera território dos Celtici, em oposição ao Cuneo, que se considera território turdetano.
Agradeço antecipadamente a Vossa atenção e paciência

Ver http://www.arqueotavira.com/balsa/Balsa-Sul-Lusitania.pdf para uma localização geográfica

Arade, hidrónimo
1ªs abonações latinas medievais: (1189: Drade; 1266: Oidaradi, Widradi)
Rio local do povoado proto-histórico de CILPES (Rocha Branca, Silves), na provável fronteira entre o Cúneo e o Sacro.
*ARATE ?

Bias, região rural
Limite civitas ossonobense/balsense, marco miliário Júlio-Cláudio.
Ver http://www.arqueotavira.com/Estudos/MarcoBias.pdf
AMBIA, Limite Sul da diocese visigótica de Ossonoba (a localização em Bias é duvidosa)

Boina, hidrónimo
Nascente termal romana sacralizada, AQUIS SANCTAE, espólios votivos apropriados
ver http://www.celtiberia.net/articulo.asp?id=1310
*BOVINDA

Cola, santuário mariano
Hagiónimo de 1ª grandeza
Povoado céltico da II Idade do Ferro, vizinhança de povoado tartéssico
Epigrafia (IRCP 139: CONTVCI F COILICVS) na zona indicia os COILARNI
Sem ocupação Alto-Imperial conhecida
*COILA ?

Garvão, aldeia
Oppidum, santuário céltico da II Idade do Ferro, ex-votos oftalmológicos, depósito votivo sacralizado com sacrifício humano. Ocupação romana conhecida só até ao tempo de Augusto (castellum mineiro).
Funcionalidade religiosa transferida 8 km para Santa Luzia na estrada medieval de Odemira.
Abonação árabe: Banu Tharuan (gentilício de raiz toponímica não árabe)
1ª abonação portuguesa: Garvam (séc. XIV)
Sem ocupação Alto-Imperial conhecida. A sua identificação com ARANNI[S] é impossível pois não cumpre o critério da distância a OSSONOBA por nenhuma das vias de trajecto reconstituído.
*BORVONUM ?

Mira, hidrónimo
Rio regional importante
Origem do topónimo MIROBRIGA (CELTICI), oppidum quanto a nós mal localizado em Santiago do Cacém (Preferencialmente será ou o oppidum de Odemira, porto fluvial importante com espólios proto-históricos mediterrânicos, incluindo romano republicanos, recentemente descobertos, ou o oppidum céltico do Castelo de São Luís, junto ao Mira).
Sem ocupação Alto-Imperial conhecida
*MIRA

Séqua, hidrónimo
Vau sacralizado com indícios de ritual sacrificial, posteriormente cristianizado (São Juliano)
ver http://www.celtiberia.net/articulo.asp?id=1310 e http://www.arqueotavira.com/balsa/tavira/index.html
1ª abonação: Cequa (1560), confusão local com topónimo próximo Aceca (1266)
Junto ao povoado proto-histórico de Tavira (duas ocupações entre o VIII e o IV a.C:)
*SEQUA

Respuestas

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  1. #1 lgmoral viernes, 13 de enero de 2006 a las 17:59

    Contestada ya por lgmoral hace unos días. Ver Archivo de conocimientos.


  2. #2 lapurdi sábado, 14 de enero de 2006 a las 20:37

    En primer lugar pedir permiso a todos los doctos en materia de toponímia para poder hacer mi aportación. En segundo lugar pedir, como doy a todos los contertulios, un poco de tolerancia y magnanimidad, pues reconozco que el tema lingüístico es difícil de por si y mas cuando navegamos en aguas desconocidas.
    Sobre la toponimia del sur de Portugal, al igual que la de Galicia, la he encontrado muy interesante por sus topónimos que creo son muy antiguos. Al igual que en Galicia y en el norte de Portugal, en el sur he encontrado un toponimo que es casi universal. Me refiero al topónimo "ur", tambien "or", agua en vasco, que esta presente en múltiples topónimos pero sobre todo los referentes a rios y al agua.
    Para empezar tenemos muy cerca de la Albufera, por tanto acumulación de agua, la Praia da Oura. En pueblecitos cercanos a rios encontramos los siguientes: Cerro do Ouro, Miradouro i Almada de Ouro. Así como en alguno lugares este toponimo hace derivados en Ur y Or, en Galicia y Portugal lo hace en Ouro i Oura, con una finalitzación, tanto en "a" como en "o", i con una diptongación de la "o" en "ou" como passa en Duero, que antiguamente devia ser "Doro" que en Portugal hace Douro, que podriamos desglosar en la preposición de apostrofada con "our" más una terminación, articulo o no, en "o" i en "a".
    En resumen, és un toponímo relacionado con el vasco "ur", agua, muy vivo en toda la toponímia peninsular, pero más en la portugesa.
    Sobre los otros rios, como Arate, etc. solo he podido localizar dos: Arate i Boina. El segundo no sabria relacionarlo pero el primero seguramente se relaciona con los topónimos que contienen la raiz "ara", con el significado aún actual de "extensión, llanura, suelo". La te o di final podria ser un pluralizador, como en el caso de ciertos nombres vascoss: men-di, aranza-di, gazta-di, etc. Otro posibilidad podria ser la misma raíz "ara" pero resumida al tronco básico "ar" más "ate", puerta, paso, lo que daria un significado conjunto de "puerta del llano" o algo parecido.
    Para finalizar este apunte, y en continuación a los hidrónimos, quiero lanzar la idea de que mucho rios en esa zona empiezan por "od-", que vien podria ser una apoco de "or de", es decir, 'agua de' como nombre común de los rios, pero que se ha comprimido en o-de, más el nombre propio de cada rio: Odiel, Odeleite, Odeceixe, Odelouco, Odeaxere, etc.
    Nada más por hoy, saludos a todos y todas.


  3. #3 Balsense sábado, 14 de enero de 2006 a las 23:34

    Caro Lgmoral

    Obrigado pela tua gentil resposta.
    Lamento não poder ter respondido mais cedo mas Janeiro tem sido um mês de muitos trabalhos.

    Eis alguns comentários

    O segredo de Garvão poderá jazer sob a forma linguística primitiva de "Tharuan", étimo nada árabe. Espero poder mostrar-te, para a semana, os modelos possíveis de evolução linguística, produzidos pelo nosso modesto "think-tank". De qualquer modo, uma evolução a partir de Galvão,Galvano parece muito improvável dada a abonação árabe.

    A manutenção do n intervocálico é uma das características mais marcantes do português do Sul, devido à sua herança moçárabe directa. Expressa-se não só na língua corrente (canito em vez de cãozinho, etc.) como na toponímia, em que a influência latina não portuguesa é extraordinária, apesar de 500 anos de domínio islâmico, (de facto quase sempre apoiado ou dirigido por famílias mulladis da zona, mesmo na época das dinastias mauritanas).
    A título de exemplo, eis a lista dos topónimos correspondentes a possessores (sobretudo em -ana e -ini).

    Apra - Fem. de Aper ‘javali’ (cognome)
    - Caiana Fem. de Caianu-
    Duriana - Fem. de Duriano < * Durianu-
    Faiana - Fem. de Faiano < Fadianu-
    Galazim - Galatini <*Galatinu-
    Galiana - Fem. de Galiano < Gal(l)ianu-
    Galvana - Fem. de Galvano < *Galbanu-
    Jordana - Fem. de Jordano < Jurdanu-,
    Lejana - Lajana, fem. de Lajanu-
    Marim - Gen. de Marini
    Messejana - Fem. de *Messejanu-
    Paderne - Paterna, Fem. de Paderno < Paternu-
    Sambada - Fem. de Sambado < Sambatu-
    Sarnim - Sarnini < *Sarninu-
    Semblana,~Sambrana - Seproniana, fem. de *Semprano
    Valim - Vallini
    Quanto a Boina, faço um copy-&-paste de um pequeno texto que escrevi algures sobre o tema:
    Boina - Bovinda
    A deusa céltica Bovinda parece estar representada no Algarve, excluindo o duvidoso caso de Séqua, pelo topónimo Boina, ribeira que nasce nas nascentes termais de Monchique, as mais notáveis do Sul de Portugal, sacralizadas na Época Romana com a forma AQUI(S) SACRI(S) (FORMOSINHO E AL. 1953: 127, 145-147).
    Aqui foram encontradas uma palmeta de ouro, partes de estatuetas femininas que incluem duas cornucópias, numerosas lucernas e moedas dos Sécs. I até ao final do IV. (idem: 148-153) Tratava-se assim de um santuário termal curativo, em que a divindade tutelar local se representava sob a forma de Fortuna/Minerva, sincretismo romanizado habitual das divindades célticas termais equiparadas, conhecidas pelos seus epítetos Sequana, Sulis e muitos outros (OLMSTED 1994: 353: 370).
    A funcionalidade termal e médica sacralizada desde a Antiguidade e a sua localização na zona "céltica" do Sacro, permite postular para o hidrónimo Boina (pré-português, não árabe e não latino) uma etimologia celta (semelhante à do rio Boyne, hidrónimo irlandês designando a mesma divindade Boann ou Boand, listado em Ptolomeu como Bovinda) (GREEN 1986: 139 e OLMSTED 1994: 186) correspondendo, tal como o caso irlandês, à evolução linguística de Bovinda.


    Lapurdi
    Obrigado pelos pertinentes comentários

    No dialecto árabe do Gharb-al-andalus, que se falava por aqui, "wadi", com o sentido de rio, toma a forma "odi". Daí muitos rios do Sul tomarem esse prefixo: Odeleite, Odemira, Odiáxere, Odiana, Odeceixe, [O]darade, Odivelas, Odelouca, Odiel. O facto do Guadiana também se chamar hoje assim em português é um espanholismo moderno. (dantes, a província portuguesa do Alentejo chama-se Entre-Tejo-e-Odiana").

    Com "ur", associável ao sentido que indicas, existe de facto um topónimo antigo "Baesuris", hoje Castro Marim, antigo porto na foz do Ana, com ocupação desde, pelo menos, o séc. VII a.C., que cunhou moeda indígena sob dominação romana no séc. I a.C. e que foi mansio de dois itinerários antoninos na época imperial, em que surge com o nome Esuri o (que pode ser um erro pois o roteiro diz AB ESURI, provável *AB BESURI).

    Quanto a Oura, considera-se ser no Algarve uma provável transferência toponímica galaico-portuguesa, denominando um filão de areias auríferas. A exploração de ouro sedimentar e em "chapéus-de-ferro" ainda não totalmente esgotados manteve-se até à idade média portuguesa, como subproduto da mineração do cobre e do ferro. Daí os topónimos transparentes com "ouro" (9 ocorrências sobreviventes).


  4. #4 Balsense martes, 17 de enero de 2006 a las 20:32

    Lgmoral

    Que te parece esta nova hipótese da etimologia de Garvão?

    Parece linguisticamente mais provável, pela aparente sua simplicidade e regularidade (aceitação pelos critérios da razoura de Occan + modelo linguístico viável + contexto cronológico-arqueológic-territorial adequado)


    Tarvanna | *Tarvanum > [Banu] Tharuan > Garvam > Garvão


    Do étimo celta TARVO (touro) , epíteto teonímico em Tarvos Trigaranus (OLMSTED 1994, 269-71)

    Tarvanna surge em Ptolomeu (II,8), como a cidade interior dos Morini, na Gallia Belgica. Corresponde a povoação moderna de Therouanne.
    É notável a semelhança linguística com o Tharuan alentejano, das fontes árabes.


  5. Hay 4 comentarios.
    1


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